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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Educação versus pena.

Em nossa meio, ou melhor, em meu cotidiano aparente, vemos que para termos uma sociedade melhor e mais humana, é necessário investirmos em algo primordial para qualquer um: a educação. Esta, nao importando a classe social do cidadão, é de extrema relevância e uma garantia frente a drogadição eminente no contexto em que vivemos.
Em meu trabalho, setor de degravação de audiencias, presencio diretamente este problema intrínseco a carência dos estudos escolares; o mundo da droga. Trabalho com varas como a da Justiça Instantânea, Justiça juvenil, Infacia e da Juventude. Em todos esses ambientes destinados a jovens até 17 anos, é visto que o fator "estar estudando" diminui, no âmbito penal, a pena drasticamente e o afastamento dessa na vida desses menores, faz com que favoreça os acessos para entrar no mundo do crime; a marginalização. É comprovado: quem estuda e comete algum delito, tem a sua pena mais suavizada.
Todavia, é de extrema importância salientar um aspecto que deve ser dito com cautela: se pararmos para pensar, quem compra drogas não são os marginalizados como citei acima, é a classe média da sociedade. Os de baixo poder aquisitivo, usam este meio ilegal do tráfico para sustento, pois precisam de comida e ingredientes básicos para viverem, coisa que nao conseguiriam dignamente pois a maioria não teve a oportunidade de estudar. Logo, a educação é a base, mas não significa que deixar a criança e/ou adolescente na escola é sinal de garantias futuras. É um paradoxo: o meu ensino fundamental e médio, não é, muitas vezes, igual ao seu e muito menos meu vínculo familiar pode ser comparado com um outro que passa fome na rua. Deste modo, ratifico minhas palavras anteriores, levando em conta que oportunidades devem ser impostas a todos proporcionalmente, mas levando uma educação com qualidade, cotejando pelo melhor professor para tal área, investindo forte nos estudos e em espaços para esses, jovens, que nos representarão no amanhã. Ainda nesse patamar, faço questao de aludir a desvalorização dos professores estaduais nesse mercado de trabalho. Que ânimo esses terão dando aula para, quiça 60 alunos em uma sala sabendo que no final do mês, ganhará um valor ínfimo que mal e porcamente dá para sua subsistencia?
É, só nesse quesito é visto que já há uma desigualdade. Professores de ensino particular ganha muito mais, com menos alunos e conseguem passar mais máteria e aproveitar melhor o tempo, em detrimento do de escola pública, assolado, ainda por cima, com a precariedade de materiais e abundância de alunos. Daí, vem as cotas: uma forma de vir a inclusão desses disputando equiparadamente com os de maior potencial econômico. Justo? Partindo dessa análise acima, posso dizer que sim. Enquanto houver esse desnivelamento escolar, essa é a única saída.
Não entrando nesse mérito, o que importa mesmo para todos os cidadãos, é estar inserido em algum local de ensino. Ela, além de nos educar e dar assistencia para sermos melhores na vida, proporciona o entrosamento em grupo, a capacidade de se relacionar com os outros e sermos melhores no futuro; na vida.
Portanto, para encerrar, só digo uma coisa: a educação é a chave mestra para a diminuição drástica dos delitos praticados pela sociedade contemporânea; é o alicerce indispensável para sermos cidadãos e nao apenas meras pessoas que saem deste meio de ensino para usufruir de meios ilícitos e com benefícios próprios que se exaurem com a morte mais rápida e em um processo efêmero.

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